sábado, 26 de julho de 2014

Twin Peaks: quem matou Laura Palmer?

Em 1990, Estados Unidos parava para acompanhar Twin Peaks, série produzida pela ABC


Texto sem spoilers

Se entre maio 1988 e janeiro de 1989 o Brasil parou na frente da televisão para tentar descobrir quem matou Odete Roitman, entre os meses de abril de 1990 e 10 de junho de 1991 foi o outro lado do continente (EUA) que ficou pregado no canal ABC para descobrir quem assassinou a jovem Laura Palmer, no seriado Twin Peaks.

Em 30 episódios, divididos em duas temporadas, Twin Peaks, criada por Mark Frost e David Lynch, conta a história de uma cidade fictícia de Washington, cujo dá nome a série, um local aparentemente pacato, mas que se mostra um reduto de mistérios a partir do assassinato da jovem e popular Laura Palmer.

Logo nos primeiros segundos o tema principal é introduzido: o corpo de Laura é encontrado, em um plástico, à margem de um rio. E aí começa uma verdadeira investigação, cujo envolve até o FBI, para descobrir como e quem tirou a vida da jovem.

De início, assistindo somente ao primeiro episódio, que dura 1h30min, vê-se que todo o desenrolar do seriado será em cima do crime cometido, mas que ele, na realidade, é apenas o começo da história, pois a cada episódio Twin Peaks vai desfazendo a imagem de um bom lugar para se viver para se mostrar uma cidade "suja", com seus moradores revelando segredos que até então aparentavam estar bem guardados.

E se com Twin Peaks e seus moradores a boa imagem vai se desfazendo aos poucos, com Laura Palmer não é diferente. A figura de uma jovem encantadora, com uma vida feliz e muitos sonhos pela frente, começa a ser desfeita a cada episódio, nos fazendo perguntar até que ponto ela "contribuiu" para sua morte.

Tentar criar teorias sobre seu assassinato e sobre quem a matou é quase que impossível, uma vez que com o passar da história ela vai ficando ainda mais turva, com a lista de suspeitos, ou pelo menos a lista de pessoas não confiáveis, aumentando.

Envolvendo drama, mistério, terror e até um pouco de sobrenatural, Twin Peaks, apesar de ter sido produzida há 24 anos, se mostra atual (dentro das limitações da época). Só de assistir ao primeiro episódio já dá para entender o porquê dos Estados Unidos terem parado, literalmente, toda a vez que a atração entrava no ar. 

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Novos seriados, novos amores

Rectify, Oz, Six Feet Under e Penny Dreadful: minhas novas séries, meus novos amores


Texto sem spoilers

Entre os seriados que eu estava vendo e que chegaram ao fim e os que entraram de férias, senti que a minha grade estava ficando vazia demais, e que era a hora de iniciar novas atrações. No total são quatro novas séries que estou vendo no momento (nem todas atuais, como Oz e Six Feet Under) e, depois de alguns episódios/temporadas, estou morrendo de amores pelas minhas novas escolhas.

Eu poderia começar falando das mais recentes, ou das que já acabaram, mas não vou conseguir iniciar este texto sem falar de uma das melhores coisas que eu já vi em toda a minha história como seriador: Rectify.



Alguém aí já ouviu falar desta produção da Sundance Channel? Quem ainda não ouviu falar, não sabe o que esta perdendo, enquanto quem já conhece sabe o quão maravilhosa é a atração criada por Ray McKinnon, que atualmente está na segunda temporada.

A verdade é que inicialmente eu nem estava muito por dentro da história, mas senti vontade de ver mesmo assim pelo selo "Breaking Bad de qualidade", uma vez que os produtores da série que tem Walter White como protagonista, Melissa Bernstein e Mark Johnson, estão envolvidos no projeto.

Rectify conta a vida de Daniel Holder, que fora preso ainda adolescente, acusado de estuprar e matar sua namorada, Hanna. Depois de passar 19 anos no corredor da morte, uma nova evidência coloca em xeque a culpa de Daniel, que então é libertado. Ele volta para casa, para junto da sua família, mas tem problemas para se relacionar com pessoas e com o mundo externo, devido ao tempo de exclusão. 

E esse é o grande ponto da série: Daniel tentando se readaptar ao novo mundo em que vive. 

A atração é super bem produzida, e os diálogos envolvendo o personagem principal são simplesmente maravilhosos, algo que nos faz parar para refletir sobre como é bom viver a vida e quão duro, psicologicamente falando, pode ser a vida de uma pessoa que está totalmente "desligada" do mundo.

Rectify não é só um dos meus amores atuais, mas sim uma daquelas séries que vai ficar marcada para sempre em mim....e foram necessários somente dez episódios (seis da primeira temporada e quatro da segunda [até o momento]) para que isso acontecesse.


Oz



Está aí uma série que eu sempre quis parar para assistir com atenção, mas que eu nunca ia além das raras vezes que, acidentalmente, a encontrava no SBT.

Decidi que iria iniciar a série há duas semanas, e agora já estou praticamente no fim, faltando apenas a última temporada, que contém oito episódios, para eu concluir a história da Prisão de Segurança Máxima Oswald.


Oz está longe de ser a melhor série que eu já vi na minha vida, mas está na lista das mais viciantes, assim como Lost e Prison Break. A produção da HBO, que teve início em julho de 1997 e ficou no ar até fevereiro de 2003, é uma daquelas séries que você não consegue assistir somente a um episódio. Um foi me levando a outro em um ritmo tão frenético que em dois dias eu já tinha matado duas temporadas (pode parecer pouco, mas seguindo minha média atual de episódios por dia, é muito).


A série, criada por Tom Fontana, tem uma das características que eu mais gosto: a possibilidade de mudança no rumo da história de maneira rápida. E prisão é o cenário perfeito para isso. Determinado personagem não está funcionando? Mate-o! Ele é bom, mas está cansando um pouco o público? Arrume uma doença, ou faça com que ele tenha algum problema e mande-o para a solitária. Deixe ele "descansar" um pouco e volte com ele mais tarde!

É isso que faz com que Oz seja tão viciante. Tudo muda muito rápido, o que faz com que haja um vasto número de personagens e de histórias para serem contadas.



Six Feet Under



Para continuar falando das séries que eu comecei a ver e que já teve fim, ou para continuar falando de séries da HBO, se você preferir, Six Feet Under, embora ainda esteja faltando as duas últimas temporadas para eu terminar de ver, já está na minha lista de melhores séries que eu já vi, junto com Breaking Bad e The Sopranos.

A série, criada por Alan Ball, que ficou no ar entre junho de 2001 e agosto de 2005, conta os dramas de uma família que administra uma funerária de Los Angeles, na Califórnia. 

Uma mãe depressiva, um pai com uma vida que guarda alguns segredos, um filho homossexual, outro com conflitos internos e uma filha que não parece saber bem o que quer da vida: essa é a família Fisher.

Com a morte norteando a história, Six Feet Under é uma daquelas séries que faz você parar para refletir sobre a vida. 

A construção dos personagens é simplesmente maravilhosa, uma verdadeira obra-prima traduzida em 63 episódios distribuídos em cinco temporadas.

Atualização: Já terminei a série. Se você quiser ler o texto sobre a Series Finale, é só clicar aqui.



Penny Dreadful



Uma das poucas séries desta mid-season que se salvou, na minha opinião, Penny Dreadful é a nova aposta do canal Showtime.

Juntando terror com fantasia, Penny Dreadful vem com a proposta de apresentar uma nova versão de importantes figuras do gênero, como o Frankenstein, Drácula e Lobisomem

Penny Dreadful definitivamente não é o meu estilo preferido, mas teve uma primeira temporada que me agradou bastante, principalmente no que diz respeito à atuação de Eva Green no papel de Vanessa Ives. Vale a pena dar um conferida!