segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Segunda temporada de Twin Peaks: viciante e instigadora

The fire walk with me





Texto com spoilers (até o episódio 2x10)


Eu dei um intervalo em torno de quatro ou cinco meses entre o término da primeira temporada e o início da segunda de Twin Peaks. Calendário apertado, muitas séries na grade, enfim, foram vários os motivos que me fizeram ficar quase meio ano para dar o “start” na última temporada da atração do canal ABC (que agora vai voltar com a Showtime), tempo o suficiente para eu esquecer como Twin Peaks é viciante, como é boa.

Se a primeira temporada já nos deixa aflitos para sabermos logo quem assassinou a jovem Laura Palmer, a segunda nos mata ainda mais a cada episódio. Ela mexe muito mais com o subconsciente dos personagens (ou a famosa “cena maluca” que ninguém entende), nos traz muito mais símbolos para quebrarmos nossas cabeças com teorias sobre quem é o verdadeiro assassino. 

Não consigo achar melhores palavras para definir Twin Peaks senão viciante e instigadora. Não é uma série para você simplesmente acompanhar o agente Cooper e o distrito policial da cidade tentando desvendar o crime, a série pede a sua participação a todo instante te estimulando a pensar, a tentar criar sua própria linha de raciocínio para achar o culpado pelo assassinato que abala a cidade. Não há uma linha que vai sendo seguida episódio a episódio te deixando mais perto da resposta, tudo é muito aberto. Se você quiser “participar da série”, você vai pegando, mas se quiser apenas assisti-la, fica no vazio até o episódio que o culpado finalmente é revelado. Isso é demais!!!

O engraçado é que Twin Peaks nos estimula tanto a pensar, deixa tudo tão em aberto e, de uma hora para outra, com muitos episódios faltando para o seu término, nos joga na cara quem é o culpado. Acredito que isso não seria a ordem natural das coisas, mas a atração vinha perdendo audiência, então fazer a revelação era necessário.

E quando achamos que temos tudo na mão, quando no sétimo episódio descobre-se que quem matou a Laura foi o seu próprio pai, descobrimos que na verdade esse pode ser somente o início da história.



Fiquei muito surpreso com a revelação do assassino, não pelo fato de ser o pai da Laura, mas pela “rapidez” com que foi feito, vide que a série acaba no episódio 22, ou seja: havia muita coisa para ser contada ainda. Meu primeiro pensamento foi: “E agora, a série acabou e o resto vai ser só enrolação?”. Ainda estou no episódio 10 e, pelo o que eu pude perceber, o assassinato acabou se tornando apenas pano de fundo para algo maior. Ao que tudo indica (irei conferir nos próximos dias) agora a caça será contra Bob (foto acima). 

Twin Peaks já revelou seu assassino, mas muitas perguntas novas surgiram e estão aí para serem respondidas. Para mim ainda faltam 12 episódios para eu dizer que já vi a série inteira, é muita coisa. Se continuar neste ritmo, certamente entrará na lista de séries que eu indico para os meus amigos (e olha que essa lista só tem de The Sopranos, Breaking Bad e Six Feet Under para cima).

Quando eu terminar Twin Peaks eu volto com um novo post fazendo minhas considerações finais e falando também sobre o retorno da série em 2015, agora pelo canal Showtime, após 25 anos.

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