domingo, 4 de janeiro de 2015

Stalker: o caso do dia com algo a mais

Quando uma procedural consegue prender pela história dos personagens




Texto sem spoilers

Como não amar procedurais? Elas são a melhor coisa do mundo para quem quer ver uma série sem o compromisso de se apegar. Você liga a televisão, assiste a um episódio, fica apaixonado pelo personagem principal e os seus métodos para resolver os casos, depois perde os próximos dez episódios, decide voltar a ver e descobre que não perdeu nada, pois não há evolução de personagens. Normalmente é assim que acontece, mas sempre há exceções, e Stalker, nova série do canal CBS, é uma delas.

Criada por Kevin Williamson, o mesmo de The Following The Vampires Diaries, Stalker acompanha uma divisão da polícia de Los Angeles especializada em investigar crimes cometidos por pessoas que praticam stalking (ficar vigiando/seguindo outras pessoas por qualquer motivo passional). A produção foca em Jack Larsen, um detective recém transferido da divisão de homicídios de Nova Iorque, e sua chefe Beth Davis, uma mulher forte (característica cada vez mais comum nos seriados americanos) e que tem em seu trabalho o objetivo número um.

Como "caso do dia", a série funciona desde o primeiro episódio, com crimes muito bem elaborados e muitas pitadas de terror, nos criando angústia. Já com o relacionamento entre os personagens, Stalker inicia-se com o interminável clichê do cara que acabou de chegar, se acha o fodão, alguém fica apaixonada pelo estilo dele e um outro alguém o acha um babaca (geralmente quem vai ser seu/sua parceira). Isso vai sendo corrigido ao longo dos episódios e o relacionamento e os segredos de Jack e Beth acabam se tornando o diferencial da série. Não só há desenvolvimento por parte desses personagens como, em alguns episódios, eles andam lado a lado com o caso trabalhado.


Para Stalker, ter mais do que um crime para solucionar é quase que fundamental para série se sustentar, pois por mais criatividade que se implemente nos casos, ela trabalha com um universo muito limitado, ou seja: os crimes são praticamente todos iguais. Quem aguentaria ver "repetições de episódios" sem ter algo a mais para se prender? 

Stalker consegue despertar a vontade de ver a série não só por seus casos, mas também pelos segredos e problemas pessoais que são criados, algo que The Blacklist tenta fazer até hoje, mas não consegue (está melhorando o desenvolvimento dos personagens, mas ainda sim é tudo pelo caso do dia).

Com boa recepção do público, Stalker teve a temporada completa encomendada. Atualmente 11 episódios já foram ao ar. A série parou para as festividades de final de ano e volta no dia 14 de janeiro. Se você ainda não viu, dá para aproveitar este tempo e chegar no dia de retorno já acompanhando semanalmente.

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