sábado, 26 de abril de 2014

Desapegar dos seriados mais ou menos é o caminho para encontrar as melhores atrações

Não tenha medo de desapegar. É largando seriados mais ou menos que você encontra tempo para ver os que realmente valem a pena



Eu não sei o que você, que neste momento está lendo este post, faz da vida, mas sei que não tempo para ver todos os seriados que gostaria de ver, estou certo? Bem, eu também não tenho tempo de ver todos os seriados que eu gostaria de assistir, então a minha única opção é desapegar das produções bem mais ou menos e iniciar séries que realmente valem a pena passar um final de semana inteiro deitado no sofá acompanhando.

Quando a série é ruim e você consegue identificar isso logo de cara não há maiores problemas para você deixá-la para trás e seguir em frente, mas o problema é quando ela é mais ou menos. São essas que você continua vendo na ilusão de que um dia vai melhorar, mas adivinhe: não melhora.

Para algumas pessoas, a simples tarefa de abandonar um seriado não é fácil, e eu sei bem o que é isso. Até o final de 2013 eu tinha abandonado somente duas séries (Chuck, que eu até gostava, mas era mais ou menos, e 24 Horas, que eu já não aguentava mais a mesma história depois de oito temporadas).

A minha relação com séries mais ou menos começou a mudar justamente neste ano. Não tive medo de deixar de lado algumas produções que eu acompanhava e, em apenas quatro meses, cinco delas já saíram da minha grade (Under the Dome, Black Sails, Looking, Revolution, The 100 e The Walking Dead).


Black Sails estrou nesta mid-season parecendo ser boa, mas só parecendo
Black Sails, Looking e The 100 foram fáceis de dizer adeus, pois logo nos primeiros episódios já dava para ver que elas não iriam ter muito futuro, já Under the Dome, que eu comecei a acompanhar desde o primeiro episódio, foi um pouquinho mais difícil, mas não tão dolorido. A história é muito bacana, mas a primeira temporada não foi o que eu esperava, já que focou bastante nos problemas de alguns personagens que eu achava um pé no saco. Na verdade, ela não está eliminada oficialmente da minha grade, mas não tenho certeza se vou voltar para a segunda (a probabilidade é quase zero).

Difícil, difícil mesmo, foi deixar para trás Revolution e The Walking Dead. Revolution, uma produção do canal NBC, tinha uma história muito boa, e a primeira temporada, por mais que eu tivesse achado que os primeiros episódios haviam sido corridos demais, foi legal. Mas aí veio a segunda temporada e o seriado virou verdadeira zona, perdendo completamente seu foco. Além do mais, foi difícil de abandonar pelo fato de, na época, eu não saber que desapegar era tão bom.


Aqui para você, The Walking Dead
Já The Walking Dead eu não aguentava mais. A primeira temporada tinha sido bacana, a segunda mais ou menos, mas a partir da terceira a história já estava ficando chata demais. A quarta temporada então nem se fala, foi um verdadeiro pé no saco, tirando o episódio de retorno, no qual a história parecia que iria voltar para seu ponto inicial e todas as besteiras feitas anteriormente iriam ser consertadas. Mas não, ficou pior ainda até chegarmos ao episódio "Still". A partir de então, nunca mais vi!

Desapegar de seriados mais ou menos é a melhor coisa que você pode fazer, e quem é um desapegador nato sabe do que eu estou falando. Há muita série maravilhosa para você ver, como Breaking Bad, The Sopranos, True Detective, Oz, Hannibal, Six Feet UnderSouthcliffe e por aí vai. A cada episódio de uma série mais ou menos que você assiste é uma chance de ver uma série muito boa sendo desperdiçada.

É claro que cada um tem o direito de ver assistir o que bem tem vontade, mas se você não está completamente satisfeito com um seriado e tem uma lista de alguns que pretende assistir futuramente, a minha dica é não ter medo de abandoná-lo e seguir em frente.

sábado, 19 de abril de 2014

Southcliffe: uma aula de como se fazer drama

Minissérie inglesa explora muito bem o drama e traz uma experiência intensa em termos de narrativa não-linear



Era uma vez um final de semana chuvoso e uma vontade de ver algo diferente e que, ao mesmo tempo, não me prendesse muito. Pesquisei, pesquisei e pesquisei mais um pouco até encontrar uma minissérie inglesa, chamada Southcliffe.

Produção do Channel 4, Southcliffe teve apenas quatro episódios, exibidos entre 04 e 18 de agosto de 2013, número suficiente para ser sucesso de crítica na Inglaterra.

A história fala sobre um trauma muito grande que uma cidade (fictícia) da Inglaterra, que se chama Southcliffe, passa em um período de 24h. Extremamente pacata, Southcliffe vê um de seus moradores, Stephen Morton, surtar e iniciar uma onda de assassinatos. A notícia se espalha pelo país e o jornalista David Whitehead, natural da cidade, volta para SC para transmitir a onda de terror que tomou conta do local.

A atração poderia ser apenas mais uma entra as muitas boas minisséries existentes, mas a forma como ela foi contada a diferencia das demais. Não há preocupação em mostrar ao telespectador os motivos que levaram Stephen Morton a sair andando pelas ruas atirando em seus vizinhos, amigos e até contra a própria mãe. E muito menos há uma preocupação em tentar dar um final para a história, que normalmente seria resolvendo o caso.


A série, escrita por Tony Grisoni e dirigida por Sean Durkin, tem a intenção de mostrar como é a vida das pessoas que passaram por esse tipo de choque. Seus traumas, suas novas formas de se relacionar, tudo isso é explorado em Southcliffe, o que faz a minissérie ser extremamente dramática e pesada.

Apesar de ter sido sucesso de crítica, Southcliffe não foi muito bem aceito pelo público. Por trazer uma experiência intensa em termos de narrativa não-linear, os episódios são bastante confusos, o que foi afastando os telespectadores. Por esse motivo, é necessário que você tenha paciência e esteja realmente disposto a acompanhar a história. Caso contrário, você não vai pegar a vibe!

Em todos os episódios foram registrados quedas de audiência. No primeiro, 2.77 milhões de pessoas pararam para assistir, já no segundo foram 2.27. A queda foi ainda maior no terceiro e quarto episódios, com 1.79 e 1.58 milhões de telespectadores, respectivamente. Mas os números não devem importar para nós, ou pelo menos não deveriam. O que importa, de fato, é a história, e nisso Southcliffe se garante.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Hannibal: a melhor série da atualidade

Produção da NBC, Hannibal é, sem dúvidas, a melhor série atualmente




Texto com Spoilers

Pense em um seriado que está longe de figurar na lista dos mais badalados. Agora pense no melhor seriado da atualidade. Você pensou em dois? Pois eu pensei em apenas um: Hannibal. 

Eu já tinha falado sobre a série desenvolvida por Bryan Fuller assim que ela voltou para a segunda temporada, mas depois do sétimo episódio, intitulado Yakimono, ficou simplesmente impossível não voltar no assunto e, se existia alguma dúvida dentro de mim sobre ela ser o melhor seriado no ar no momento, não há mais!

Hannibal não é somente uma busca por um assassino. Não passamos cada episódio construindo teorias de quem possa ser o estripador e nem nada parecido. Tudo está na nossa cara, não há mistérios! Tudo é tão explícito que não há espaço nem para cogitarmos algo diferente do que está sendo mostrado.

Não se trata de uma caça, mas sim de um jogo de poder, no qual quem tem o discurso aceito como verdadeiro leva vantagem. E é justamente por isso que o Dr. Lecter, por mais que esteja próximo de seus caçadores, não se sente ameaçado.



Dr. Lecter, até o momento, possui o poder completo de todas as situações que vão sendo criadas, usando os demais componentes da história como se fossem fantoches. E por qual motivo ele faz isso? Para apenas ver o que que vai acontecer, como diz Will Graham.

Antes mesmo do sétimo episódio, no qual Will alertou que quanto mais perto de capturar o estripador mais longe você estaria dele, dava para perceber que essa era uma das principais armas do Dr. Lecter. 

Quando achamos que Hannibal finalmente vai ser desmascarado, toda a sua frieza entra em ação para bolar um plano e desviar completamente o foco dele. E sempre dá certo! Deu certo com Will Graham e deu certo agora com o Dr. Frederick Chilton.

Mas as jogadas de Hannibal parecem estar se esgotando. Jack Crawford, que antes eliminava-o completamente da lista de suspeitos, agora já não possui tanta certeza quanto a sua inocência, mesmo com algumas suspeitas não se concretizando, como o caso da comida que foi levada para análise e o da confirmação de Miriam Less de que Dr. Lecter não era o estripador.

Alguns acreditam em Hannibal, outros duvidam, mas somente um tem certeza de que ele é o verdadeiro assassino: Will Graham. Agora ele está solto e vai poder provar que está certo. Que a caçada comece!!!!

Next on Mid-Season: o próximo post do blog já está definido! Vou falar sobre uma minissérie inglesa chamada Southcliffe. Alguém aí já ouviu falar ou então já assistiu? Vale muito a pena!!! Na semana que vem eu explico o porquê.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

The 100: mais uma "pérola" desta mid-season

The 100 poderia ser boa, mas a forma com a história é contata é que estraga


Eu já disse por aqui que não há história ruim, no máximo ela não está sendo bem contada. E este é o caso de The 100, um produção da The CW que vem se tornando mais uma "pérola" desta mid-season.

A série, que teve o primeiro episódio exibido no dia 19 de março deste ano e atualmente está no terceiro, conta a história de sobreviventes de um apocalipse nuclear que atingiu a Terra há 97 anos e, com o planeta inabitável, precisam morar no espaço. Mas os recursos estão ficando escassos, o que faz com que uma equipe de cientistas envie 100 prisioneiros de volta para a Terra para descobrir se já é possível que o Homem volte ao seu planeta.

Viu, a história é boa, mas o público-alvo da série acaba por miná-la (ela é claramente voltada para adolescentes). Esses criminosos não são os típicos criminosos que estamos acostumados a ver. São todos adolescentes "bonzinhos", pois para ser um criminoso no novo espaço que o Homem habita basta que regras básicas sejam descumpridas, como gastar muito ar ou até mesmo nascer, já que o controle populacional é algo extremamente rígido.


A série traz episódios inteiros de discussões superficiais entre personagens superficiais, sem o mínimo de profundidade e noção do que estão vivendo, pois tudo parece ser muito natural para eles. 

Eles se tornam a primeira geração depois do apocalipse nuclear a pisar na Terra e isso não é nem um pouco explorado, dando lugar às briguinhas de adolescentes. O destino da raça humana está nas mãos de 100 pessoas, mas e daí, eles não estão nem ligando! É sério isso?

The 100 é superficial e certamente vai entrar para a galeria de pérolas recentes, como Revolution e Almost Human, tendo grande tendência se seguir os mesmos passos de diversas outras séries da The CW, que foram canceladas ainda na primeira temporada. Mas tem gente que gosta, e quem sou eu para julgar! Sendo assim, a única coisa que eu posso te dizer é: veja e tire suas próprias conclusões.